Com putas, travestis e machos,
meu rosto na gota de suor
que escorre do rosto
dum próximo qualquer,
eu via e sentia o gosto.
Uns poros que abrem e fecham
no ritmo da respiração,
quando todos os pelos
que pelo peito dançam
na coreografia cansada,
no parco foco de luz,
sobre cenário feio e vivo.
Embebido eu fico,
mas sem poder aplaudir,
pois não sei onde,
pois não sei como
minhas mãos estão;
se em contato comigo,
ou descansando em dorsos,
nádegas, coxas...
E o vão que separa vagão,
clama sempre, não em vão;
alguém vai lhe atender,
da segura plataforma ou,
d’ aventura da composição,
alguém vai lhe atender...
O cheiro suave
e a brisa fétida;
o ar que nos falta,
a voz que adverte.
Luxação no ombro,
unhas encravadas;
a pressão elevada,
a mulher desmaiada.
Falta energia.
Sobra energia.
Parabéns a vocês
nessa data querida,
a voz que adverte
apaga as velinhas,
comemora-se as mortes
das sufocadas crianças;
dos crucificados
presos às barras;
dos guilhotinados
presos às portas;
dos linxados
presos à vida.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
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5 comentários:
O Pava está fazendo uma Newsletter só para blogueiros e dessa vez é sério.
Para entrar na lista basta me enviar um e-mail com seu Nome, E-mail e Endereço de Blog para:
amigodopava@gmail.com
Obrigado.
Cara... calas-te minha alma.
Alice, isso é bom ou ruím?
W.T., tá parecendo o ritornelo, de que falava o famigerado Deleuze. Um abraço.
Nossa Turuna! Deleuze! Também não sei se é elogio ou danação.
De qquer forma, mto obrig. e abç.
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