Era uma vez um Deus que ninguém amava...
Pudera, inalcançável era.
Só conseguia fazer com que o buscassem; desesperadamente.
Era um Todo Poderoso que ninguém imitava.
Só conseguia fazer com que o temessem.
Sublime e triste,
só conseguia que o cultuassem.
Até que gostava dos cultos, sacrifícios, respeito...
Mas tudo virava tédio. Solene tédio.
Como um Deus - pensava ele - pode não poder algo?
Sou capaz de amar, mas não me fazer amar...
Resolveu arriscar – vou me confessar, pessoalmente.
Seja o que Eu quiser!
Auto-transformou-se em alguém fragilmente amável
e veio brincar no quintal do mundo.
Agora corria, sorria e transpirava;
tocava, abraçava e fugia;
chorava, comia e bebia;
sofria, gritava e gemia...
Até que finalmente ele conseguiu que alguém dissesse:
Um Deus assim eu consigo amar...
Dizem que nunca mais foi o mesmo,
e que ainda é visto andando por aí...
Nas ruas, campos e praças a esmo,
mas já não o podem ver aonde vai.
Dizem até que foi sonho,
e jamais houve um Deus pra se amar.
Era uma vez um Deus que ninguém amava...
terça-feira, 9 de setembro de 2008
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6 comentários:
W. T. poderias me fazer o favor de arrebentar a porta de um seminário evangélico ou católico? Para isso basta continuares escrevendo...
turuna, já estive em dois, mas foram eles que arrebentaram minhas portas.
abç
Cara, muito bom o texto, parabéns !! Vou subir ele no meu blog ...
Abraços
Cara !! demaissss mesmo !
heresia santa!
joão
Ótimo! Meus sinceros parabéns!
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