Minha hérnia de disco
só toca música fúnebre.
Minha ponte-de-safena
desaba em rio lúgubre.
Minha diverticulite
não me diverte mais;
nos meus cálculos renais
é esclerose múltipla
que me conta gotas...
Meu bico-de-papagaio
comigo já não tagarela.
Minha febre amarela
pinta uma alma pálida.
Mataram o minotauro
da minha labirintite!
Meu ataque cardíaco
há muito não marca um gol.
Minha rosácea murchou,
minhas cataratas secaram,
meu intestino preguiçoso...
Enfim se aposentou.
Espero nesse terminal,
ônibus que me tire desse estado.
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
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