quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Um minuto de barulho

Porque bombas continuam a cair,
façamos um minuto de barulho:
o silêncio de morte a nos distrair,
trai e faz achar que é orgulho.

Porque bombas de todos os tipos,
esfacelando não só uns corpos,
mas umas dignidades transeuntes
duma cena de horror sem inocentes.

A resig-nação cheira a putrefatos:
consciências em decomposição;
cínicas, acompanham na televisão,
laivos de seus próprios artefatos.

Tantos outros Homens-bomba,
sutis, cingidos de suas bombas:
ganância, gravata, vangloria...
Minam o mundo, aleijam a história.

Um minuto de barulho;
mandar pros ares essa paz;
explodir os bares onde comem...
Num minuto, eco aos que somem.

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