terça-feira, 9 de novembro de 2010

Deu, é amor

Machucou-se no arame farpado
de uma relação imponderada...
Tolerante, invadiu o terreno cercado,
invisível, mas de escancarada
proibição a qualquer um que deseja paz.
É isso meu rapaz: deu, é amor.
Se o mundo lhe incomodava
e não mudastes de mundo,
mas entrastes profundo,
como quem vai pra cova vivo
e, num buraco frio e sem fundo,
metestes tua mão para os vermes,
e deu a outra sem alívio,
e deu os pés pros excrementos,
e deu o peito pros xingamentos,
e deu a mente confundida e só,
para as morais triturarem a pó...
É isso meu pobre rapaz: deu, é amor.

Que miserável te tornastes,
sem palavras e sem razão,
sem juízo e sem sermão.
Nu das virtudes te achastes
se só o que lhe resta é amor.
Se só o que lhe resta é dar.
E como não lidas com os conceitos,
não sabes do que tudo isso é feito.
Então pra contaminar o meu torpor,
mesmo que de longe lhe digo:
deu, é amor.

--
Dedicado a algumas pessoas que tenho conhecido mais de perto nos últimos tempos, das quais me aproximo com ânimo e medo.

5 comentários:

Anônimo disse...

ótima tonioli!
q Deus me ajude,
pq ainda estou no deu, dará.

joão ali

Alice disse...

...cara, que palavras especiais.

super beijo pra vc !

wilson tonioli disse...

Alice, super bj pra vc tb!

Andre Bergamo disse...

Muito legal!
abração

wilson tonioli disse...

Abç Andre e mto obg.