Armando Rixa Passos Dias era uma provação viva. Seu ministério era promover cisões, rachas, rixas. Ministério porque levava a sério suas de-cisões na igreja. Igrejas. Muitas que passara. E em cada uma dela ministrou suas intrigas, até o ponto de se tornar insuportável a manutenção da unidade nas divididas comunidades; aí então, a divisão. Armando saía satisfeito. Achava que era oração respondida. Edificava-se. Para ele, a igreja não mais devia crescer por multiplicação (atos 6) e sim por divisão.
Preferia as igrejas maiores. Quanto maior o bolo, maior divisibilidade. Mas cumpria seu sacerdócio no anonimato - anônimo famoso para alguns – o que o resguardaria de ter que mostrar seu avesso, face interna que todos nós temos. O que de mais verdadeiro pode um cara-ter.
Fazia o tipo crítico-humilde. Dizia: "não gosto de falar nada, mas..." e sempre acabava falando. Minando terreno Santo. Nas discórdias, fazia tudo parecer o inexorável destino das incompatibilidades onde o melhor mesmo, é cada um seguir seu rumo. Oferecer a outra face, para Armando Rixa, era simples; tinha muitas.
Armando Rixa Passos Dias guardava sutilezas que poucos identificavam. Era inteligente, mas não sábio. Perspicaz, mas sem discernimento. Emotivo, contudo sem compaixão. Sempre perto e sem comunhão. Aliás, freqüentava muitas reuniões de oração e, na piedade de orar por alguém, ficava sempre por dentro de tudo o que se passava com todos. O diabo promove muitas reuniões de oração. Talvez ele soubesse disso.
Espalhando más-novas, Armando retro-alimentava entre os fiéis, um sentimento de que, porque os crentes tem tantos problemas, a igreja não está bem e porque a igreja não está bem, os crentes tem tantos problemas. E, como num laboratório, a igreja infectada, ia fazendo suas experiências, como um cientista, que desesperado por fama ou obcecado, vai matando seus ratos.
Todos empenhados e mobilizados para manter a Obra pelas obras; voláteis esforços ativistas, contra o que criam, eram forças das trevas. Quando na verdade, era tão somente a sutil cizânia de Armando Rixa Passos Dias. No entanto alimentavam-se do velho jargão, de que todos são culpados, precisamos melhorar, esquecemos do Senhor, e isso e aquilo...
É grosseiro, mas é realidade. Às vezes um só é o problema. Um Jonas, um Judas. Um Armando. Mas Armando não confessaria isso.
Um dia confessou, mas não se sabe bem para quem. E esse Quem contou que ele tivera um encontro com Deus. Sim, desses místicos encontros, fere-articulação-de-coxa. E Armando Rixa Passos Dias se feriu pra valer. Converteu-se, para falar língua mais comum. Ficou feliz. Ficou pobre. Centrou-se. Só que nunca mais freqüentou igreja alguma. E as igrejas da região viveram em paz. Ele também.
sábado, 12 de setembro de 2009
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