terça-feira, 19 de maio de 2009

Via de barro

Sob a cama há um par de chinelos
deixados sempre após mais um dia;
sob eles o barro que marca uma via
pela casa e pelo mundo de flagelos.

A vida é uma cena que se repete:
do mancebo para as costas o agasalho,
a folha que se desprendeu do galho,
cada qual no papel que lhe compete.

A melancolia foi feita de outonos.
Quando o portaozinho da casa rangia,
delatava-me que à rua eu fugia...

Perder contato das coisas banais,
como se esquecem as cenas iguais,
faz-nos perder da esperança o tonos.

Nenhum comentário: